São Francisco de Assis - nascido Francesco Bernardone - ficou para a História não só como o fundador da Ordem dos Frades Menores (também denominada de Ordem dos Franciscanos), mas também como um grande amante da natureza, sendo mesmo o santo patrono dos animais e do meio ambiente. A bondade de S. Francisco de Assis para com os animais levou a que, em 1929, o Congresso de Protecção Animal decretasse 4 de Outubro (dia posterior à morte do santo, falecido a 3 de Outubro de 1226) como o Dia Mundial do Animal, que passou a ser comemorado no ano seguinte.
Todos à Praça SonyÀ semelhança do que tem sucedido nos últimos anos, várias associações de defesa dos animais aproveitam esta data para realizar uma série de iniciativas. Este ano, tendo em conta que o Dia do Animal antecede um fim-de-semana prolongado, a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA) decidiu celebrar esta data um pouco mais tarde, a 6 e 7 do corrente mês, sábado e domingo, respectivamente, com um grande evento que terá lugar no topo norte da Praça Sony, no Parque das Nações, em Lisboa.
Uma das grandes motivações deste evento, que irá contar com a presença de diversas associações ligadas à defesa dos animais, será justamente a de promover a adopção de cães e gatos abandonados. Todos os animais para adopção estarão sob a responsabilidade de associações, Câmaras Municipais (Lisboa, Seixal e Sintra) ou de particulares (desde que inscritos no evento), sempre em espaços delimitados e bem definidos. No local vão estar médicos veterinários, que se responsabilização pela desparasitação e pela vacinação (anti-rábica) de todos os cães que venham a ser adoptados; a desparasitação e vacinação serão gratuitas, ao passo que a colocação de um microchip no animal será paga pelo adoptante, ainda que os preços sejam reduzidos.
A LPDA sublinha também que, no recinto, apenas poderão estar para adopção animais saudáveis - note-se que tal não invalida, por exemplo, que um animal com alguma deficiência (por exemplo, a falta de um pata) não possa marcar presença. Será vedada a presença no recinto a animais idosos, com doenças de pele, feridas, prurido, cadelas grávidas ou cachorros com menos de mês e meio de idade.
Objectivo: 300 adopçõesÀ conversa com o NM, Maria do Céu Sampaio, da LPDA, confessou que para este fim-de-semana a organização estabeleceu uma meta: “Por norma, em edições anteriores do evento, são realizadas cerca de 200 adopções, sendo que o máximo atingido foi de 263. Porém, este ano, queremos chegar às 300 adopções”.
Maria do Céu Sampaio lamenta também que, “em 2007, se tenham registado níveis de abandono dos animais como nunca se viu antes, com os canis e associações a rebentar pelas costuras de cães e gatos”.
No entanto, a responsável frisa que não gostaria de ver o recorde de 300 adopções atingido a qualquer custo: “Queremos adopções responsáveis, por pessoas que tratem bem deles e que não os devolvam ao fim de alguns dias, como sucede muitas vezes”.
Se, no fim-de-semana, não puder passar pelo Parque das Nações, fique a saber que a LPDA também irá participar em duas outras campanhas de doação de animais, a realizar, na mesma altura, no LoureShopping e no Jardim Municipal de Oeiras; em ambos os casos, a organização fica a cargo das edilidades locais.
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Acção de despejo paira no arAssociação moitense continua em apurosNos dias 29 e 30 de Julho do ano passado, o NM teve a oportunidade de acompanhar uma acção de recolha de donativos realizada pela Associação dos Amigos dos Animais Abandonados da Moita (AAAAM), cuja situação era, na altura, grave. Com efeito, a AAAAM enfrentava uma acção de despejo por parte do proprietário do terreno onde a associação tinha o seu abrigo (canil e gatil), sendo que 400 animais corriam o risco de serem abatidos.
Passado mais de um ano, a associação continua a lutar com graves dificuldades financeiras para alimentar e tratar de todos os seus “protegidos”, que, no espaço de um ano, passaram a ser quase 500. Os problemas mantêm-se, em especial numa altura em que está em construção um novo abrigo, num terreno ao lado das actuais instalações. “Infelizmente, a mão-de-obra (pedreiros e serralheiros) é extremamente cara e não temos como adquirir materiais para o novo abrigo, pelo que as obras pouco avançaram no espaço de um ano”, explicou-nos Isabel Lopes, vice-presidente da AAAAM. “Nesta altura, continuamos a lutar contra a acção de despejo, mas ainda não temos o novo abrigo pronto e até mesmo a renda do terreno onde este está a ser construído não é paga desde Janeiro - infelizmente, não temos dinheiro”, acrescentou.
A AAAAM é uma das associações que vai estar presente nas comemorações do Dia do Animal, na Praça Sony, depois de, nos dias 29 e 30 de Setembro, ter marcado presença no Pet Show, na FIL, onde foram dados para adopção três cães.
Vasco Lopes
in Notícias da Manhã